Gil Pereira:“Após recuperação hídrica parcial, hora de revitalizar o Velho Chico”

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Gil Pereira:“Após recuperação hídrica parcial, hora de revitalizar o Velho Chico”

Alívio e alegria são palavras que resumem sentimentos diante da recuperação do volume hídrico do Rio São Francisco, desde sua nascente em São Roque de Minas (Oeste do Estado) até municípios como Pirapora, Januária, Pedras de Maria da Cruz e Ponto Chique, no Norte de Minas.

Nos últimos anos, o Vale do São Francisco sofreu com os efeitos negativos da seca histórica registrada: reduzida e irregular incidência de chuvas comprometeu sua vazão e a capacidade dos reservatórios, além de ter afetado drasticamente as atividades agropecuárias, com destaque para a agricultura irrigada.

A temporada de chuvas de 2016 alterou a paisagem da região e alguns dos seus afluentes, como os rios Jequitaí e das velhas, voltaram a ficar caudalosos. Pescadores e produtores rurais aguardam que a temporada se estenda até o mês de março, garantindo mais produtividade às lavouras e aos rebanhos.

Entre Pirapora e Buritizeiro, o Balneário das Duchas teve seu aspecto alterado: cachoeiras e corredeiras ficaram cobertas pelas águas com coloração mais barrenta. Entretanto, são aguardadas mais chuvas para recuperar o nível do reservatório da Usina Hidrelétrica de Três Marias, além de outros no Nordeste do País, como o de Sobradinho, a fim de que seja afastado o risco de colapso no sistema elétrico, entre abril e novembro.

REVITALIZAÇÃO

“Sem água em Minas não haverá transposição do São Francisco”, advertiu o presidente da Comissão de Minas e Energia, deputado Gil Pereira (PP), autor do requerimento e condutor do debate público “Velho Chico: transposição exige revitalização. Sem Minas não há salvação”, realizado pela ALMG, no último dia 23/11/15, com participação de representantes dos governos federal e estadual, prefeitos, ambientalistas e comitês da bacia hidrográfica.

“Minas Gerais espera há mais de uma década pelas efetivas e prometidas ações em favor da revitalização do São Francisco”, afirmou o parlamentar, em seu pronunciamento. Sem essas ações, prosseguiu, “não haverá como partilhar com os irmãos do semiárido nordestino as águas e o progresso que sempre viajaram pelo leito daquele que nasceu sob o signo da integração nacional”. O deputado Gil Pereira cobrou na ocasião recursos para revitalizar o Velho Chico, castigado pela degradação ambiental e por causa da seca, que atingia o seu auge naquele mês.

O ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, informou à época que após o encerramento das obras da tranposição está previsto plano de revitalização da Bacia do São Francisco, com novos recursos: R$ 2,5 bilhões no prazo de 10 anos. “Minas Gerais já é o Estado que conta com o maior número de ações para a revitalização do rio e da sua bacia hidrográfica”, disse ele.

O piloto de paramotor Lu Marini, instrutor da Marinha, sobrevoou os 2.863 km do rio, passando por cinco estados, da nascente à foz, localizada entre Alagoas e Sergipe, na sua inédita expedição “Rastreando o Rio São Francisco”. “Sem a revitalização do Velho Chico, creio que será impossível o projeto de transposição regular das suas águas”, ponderou ele. Através de fotos e vídeos, Marini mostrou não somente a exuberância do rio e de seus afluentes, mas também os trechos da bacia devastados pelo assoreamento e desmatamento, além da seca e poluição, entre outros agentes de degradação.

O Ministério da Integração Nacional (MI), por meio do seu site na internet, informa que o projeto de transposição está orçado em R$ 8,2 bilhões. São 477 quilômetros de canais, organizados em dois eixos de transferência de água, os eixos Norte e Leste. O governo federal prevê a conclusão das obras de transposição para o final de 2016 ou início de 2017.

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