“Falta de investimentos na revitalização, que começa na Serra da Canastra, no Lago de Três Marias, no Norte de Minas”

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“Falta de investimentos na revitalização, que começa na Serra da Canastra, no Lago de Três Marias, no Norte de Minas”

“Sem água em Minas não haverá transposição do São Francisco”, adverte o presidente da Comissão de Minas e Energia, deputado Gil Pereira (PP), autor do requerimento e condutor do debate público “Velho Chico: transposição exige revitalização. Sem Minas não há salvação”, realizado pela ALMG, no último dia 23/11/15, com participação de representantes dos governos federal e estadual, prefeitos, ambientalistas e comitês da bacia hidrográfica.

“Minas Gerais espera há mais de uma década pelas efetivas e prometidas ações em favor da revitalização do São Francisco”, afirmou o parlamentar, em seu pronunciamento. Sem essas ações, prosseguiu, “não haverá como partilhar com os irmãos do semiárido nordestino as águas e o progresso que sempre viajaram pelo leito daquele que nasceu sob o signo da integração nacional”.

Gil Pereira denunciou ainda a crítica situação da barragem de Sobradinho (BA), “de onde se estipulou coletar 127 mil litros por segundo de água para as estações de bombeamento do sistema, desde que o reservatório esteja com pelo menos 94% de sua capacidade”. Hoje, enfrenta-se o alarmante percentual de 2,24%, com previsão de que ainda este ano esteja operando no volume morto, resultado da “falta de investimentos na revitalização, que começa na Serra da Canastra, no Lago de Três Marias, no Norte de Minas”.

O ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, informa que após o encerramento das obras da tranposição está previsto plano de revitalização da Bacia do São Francisco, com novos recursos: R$ 2,5 bilhões no prazo de 10 anos. “Minas Gerais já é o Estado que conta com o maior número de ações para a revitalização do rio e sua bacia hidrográfica”, disse ele.

A Bacia do São Francisco ocupa área de 619 mil km², onde residem 18,21 milhões de habitantes, sendo 9,02 milhões em Minas Gerais. O presidente da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), Felipe Mendes, informou que entre 2007 e outubro de 2015, foram aplicados R$ 1,78 bilhão na revitalização do Velho Chico, nos cinco estados da bacia: saneamento básico (R$ 1,3 bilhão – 73% dos recursos); intervenções em processos erosivos (R$ 161 milhões – 9%); e abastecimento de água (R$ 317,75 milhões – 18%).

“Somente em Minas Gerais, foram aplicados R$ 571, 51 milhões, sendo R$ 492 milhões em saneamento, R$ 64,66 milhões em processos erosivos e R$ 14,9 milhões em abastecimento de água”, afirmou Mendes.

O piloto de paramotor Lu Marini, instrutor da Marinha, sobrevoou os 2.863 km do rio, passando por cinco estados, da nascente à foz, localizada entre Alagoas e Sergipe, na sua inédita expedição “Rastreando o Rio São Francisco”. “Sem a revitalização do Velho Chico, creio que será impossível o projeto de transposição das suas águas”, ponderou ele. Através de fotos e vídeos, Marini mostrou não somente a exuberância do rio e de seus afluentes, mas também os trechos da bacia devastados pelo assoreamento e desmatamento, além da seca e poluição, entre outros agentes de degradação.

O Ministério da Integração Nacional (MI), por meio do seu site na internet, informa que o projeto de transposição está orçado em R$ 8,2 bilhões. As obras do Projeto de Integração do Rio São Francisco apresentam 79,7% de execução física (dados referentes ao mês de setembro/15). São 477 quilômetros de canais, organizados em dois eixos de transferência de água, os eixos Norte e Leste. De acordo com o ministro Gilberto Occhi, 107 quilômetros serão concluídos este ano. “O governo federal prevê a conclusão das obras de transposição para o final de 2016 ou início de 2017”.

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