Energia elétrica cara: irrigantes da área mineira da Sudene e do Norte de MG temem ‘quebra’ do setor

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Energia elétrica cara: irrigantes da área mineira da Sudene e do Norte de MG temem ‘quebra’ do setor

O alto custo da energia elétrica pode inviabilizar a agricultura irrigada na área mineira da Sudene e no Norte do Estado. A advertência foi feita pelo presidente da Associação dos Irrigantes do Norte de Minas (Adirnorte), Orlando Machado, em reunião na ALMG nesta quarta-feira (17/06). Promovido pela Comissão de Minas e Energia, o encontro foi realizado por requerimento do seu presidente, deputado Gil Pereira.

O deputado Gil Pereira sugeriu a criação de uma agência estadual de energia elétrica, para que a Cemig tenha mais força de interlocução em defesa dos usuários, junto à Aneel: “Outro ponto fundamental é desenvolver a produção e o uso da energia solar em Minas Gerais, particularmente no Norte do Estado, onde o potencial para o seu desenvolvimento é diferenciado”. Ele também propôs visita ao Ministério de Minas e Energia para debater e buscar soluções para o problema.

“Essa política tarifária pode ‘quebrar’ a agricultura irrigada, responsável por 20% da produção agrícola no País. Se o custo da energia permanecer alto, pode haver queda de 50% na produção da agricultura irrigada. Com a bandeira vermelha, o reajuste nas contas já supera os 100%, sendo esperada nova majoração”, apontou Orlando Machado, propondo alterações: estender o período da tarifa noturna (reduzida), de 21h30 às 6h para 17h às 6h; aplicação da tarifa noturna aos sábados, domingos e feriados (durante 24 horas); e revisão do decreto federal que retirou o desconto cheio de 90% a que têm direito os produtores da área mineira da Sudene.

Outra proposta: mudança do horário de pico na região, que tem tarifa mais cara atualmente de 17h às 20h, passando a ser de 11h às 14h, quando a taxa de evaporação da água é elevada (energia teria menor custo, com economia de água). Segundo Machado, uma provável paralisação das atividades dos irrigantes pode levar à perda de aproximadamente 100 mil empregos diretos e indiretos em Minas Gerais. Coordenadora da Faemg, Aline Veloso também apresentou sugestão: estender em até 40 horas semanais o desconto da tarifa noturna, conforme prevê a legislação, permitindo que estados e suas concessionárias de energia tomem essa decisão sem consulta à Aneel.

Também participaram do encontro, entre outros representantes: o gerente-executivo do Distrito de Irrigação Jaíba, Marcos Braga; o diretor do Distrito de Irrigação Jaíba 2, Eduardo Cesar Rebelo; o presidente da Associação Central dos Fruticultores do Norte de Minas (Abanorte), Saulo Lage; o gerente regional da Emater-MG em Montes Claros, Ricardo Demicheli; e o gerente de Tarifas da Cemig, Ronalde Xavier.

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